Uma pesquisa recente e inédita, desenvolvida pela Box1824 em parceira com o Datafolha e apoio da rede Globo, revela como pensam e agem os jovens de 18 a 24 anos.
Para as empresas, compreender os elementos que definem o comportamento de uma geração pode ser de extrema importância para seu sucesso, e até para sua sobrevivência nos próximos anos. Ao entendermos seus ideais e como agem na busca para atingí-los, podemos projetar produtos, serviços e até modelos de empresas que se adequem às suas necessidades. Afinal, é disso que uma área de Marketing orientada para o consumidor trata; identificar e satisfazer os desejos e necessidades de seus clientes.
Agora vamos olhar sob a ótica do sonho. Uma definição importante, mencionada no dicionário, diz que sonhar está relacionado a ideia com a qual nos orgulhamos; ideia que alimentamos; pensamento dominante que seguimos com interesse ou paixão. Os sonhos nos impulsionam a seguir adiante, iluminam caminhos, abrem portas e mudam situações. Mesmo parecendo impossível, é no ato de sonhar que encontramos a perseverança, determinação e ousadia para transformá-los em realidade.
O objetivo deste artigo é convidar a todos nesta reflexão de como transformar sonhos em realidade e como todo esse movimento pode impactar nosso jeito de pensar e fazer Marketing?

A pesquisa é extensa e recheada de dados importantes. Vou me ater àqueles que me chamaram mais a atenção:
1. Os jovens brasileiros estão vivendo um momento de Brasil único e diferente de tudo que já tivemos na história do nosso país. Estabilidade econômica e maior igualdade social gerando mais oportunidades. A pesquisa revela que os jovens relatam maior orgulho em ser brasileiro. Acreditam que o país está mudando para melhor e que já é reconhecido como importante no mundo.
2. 50% da amostra foi classificada com um discurso de individualista a moderado e outros 50% com um discurso mais coletivo. Isso significa que metade dos nossos jovens ainda considera seus sonhos individuais mais importante que a visão do coletivo. Enxergam a atuação coletiva como assistencialismo e buscam um benefício individual para agir pelo coletivo. Esses 50% tem uma visão não tão otimista de Brasil. A outra metade, que declara uma visão mais coletiva de mundo, fazer pelo outro é também fazer por si próprio. Para estes jovens, pensar no outro não exclui pensar em si mesmo. Enxergam como possível seu envolvimento em causas mais sociais e acreditam nos benefícios de uma comunidade/sociedade onde todos tem oportunidade de crescer.
3. Destes 50% que relatam sonhos mais coletivos, uma parte já se mostra atuante, ou seja, transformando seus sonhos em realidade. Esses jovens foram denominados jovens-pontes. São jovens que estão conseguindo tornar seus sonhos possíveis por meio de pequenas ações cotidianas. Seu papel mais importante é o de redistribuir estes pensamentos e ideias, conectando redes e pessoas que nunca se falariam espontaneamente. Funcionam como um catalisador de ideias, gerando um novo tipo de influência, que se dá pela transversalidade. Uma das suas principais funções é promover o diálogo e despertar o interesse por assuntos e causas que individualmente não teriam a mesma força. Neste aspecto, o acesso facilitado pelas redes sociais contribuem para a multiplicação, quase que instantânea, de seus ideais.
4. A pesquisa enfatiza drivers que procuram explicar como nossos jovens pensam, agem e se relacionam com o mundo:
O PENSAR
Não acreditam na ruptura e sim na modificação gradual, na transformação;
Não acreditam no confronto e sim no engajamento e no diálogo;
O AGIR
Transformação através das pessoas. Crença em que a força transformadora da sociedade pode vir muito mais das pessoas que se organizam dentro de suas realidade do que das instituições.
Busca por heróis reais. Os exemplos vêm do cotidiano, de pessoas ‘reais’, e não mais de grandes heróis revolucionários ou mártires.
• Não é mais necessário um grande empresa ou o Estado por detrás de grandes ações. Acreditam na força dos projetos independentes, sem necessidade de um contrato formal.
O RELACIONAR:
• Foco no presente. Não veem mais sentido em planejar um futuro rígido a longo prazo;
Pensamento não hierárquico. Descrença no sistema representativo;
Presença independente de espaço físico. Buscam atuar em diferentes atividades e locais simultaneamente;
• Mais laços sociais, não necessariamente mais fortes. Buscam nas redes uma grande quantidade de vínculos sociais com pessoas de afinidades comuns. Porém não mais fortes que os laços estabelecidos dentro das instituições tradicionais;
• Valorizam a possibilidade de transitar entre diferentes projetos e ter flexibilidade para atuar de forma mais pontual, no máximo de frentes que acreditam.
A pesquisa não acaba aqui. Para acessar o resultado na íntegra basta acessar o link: http://osonhobrasileiro.com.br/indexn.php.
E fica nosso convite para sua reflexão: 
Como as nossas empresas, tradicionalmente mais individualistas, se adaptarão em mundo mais coletivo?
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