O marketing tradicional imperou por muito tempo como uma forma de abordagem predominante com o foco na qualidade e características dos produtos/serviços.  Ele parte do pressuposto que o cliente é racional e processa toda a informação que recebe. Porém, essa base já não serve num mundo onde as diferenças de preço e qualidade entre os concorrentes são mínimas…

É preciso um “algo a mais” que agregue um valor perceptível ao cliente. Esse “algo a mais” é o Marketing Experiencial.  Trata-se de permitir que o cliente viva a sensação que o produto pode provocar. Segundo Bernd Schimitt, criador do conceito de Marketing Experiencial, sentir, ver, tocar, ouvir, são sensações que ficam com muito mais força do que a simples apresentação tradicional dos benefícios e características do produto. O Marketing Experiencial supõe que o cliente não é só racional, mas é emocional também.

A construção de marcas do futuro passará de uma abordagem bissensorial para uma abordagem multisenssorial. A indústria da propaganda se comunica quase que exclusivamente em um mundo de duas dimensões (visão e audição). Segundo Martin Lindstrom, autor do livro BrandSense, a comunicação de marcas atingiu um novo patamar. Para conquistar futuros horizontes, as marcas terão que abandonar o modelo 2-D e atrair os três sentidos que foram deixados de lado. Temos que tentar atingir os cinco sentidos para estabelecer os fundamentos das futuras estratégias das marcas.
Quanto mais pontos sensoriais forem trabalhados, maior será o número de memórias sensoriais ativadas e conseqüentemente mais forte será a adesão do consumidor com a marca. O branding sensorial permite criar um compromisso emocional com o consumidor, gerar uma equivalência otimizada entre percepção e realidade e construir uma marca diferenciada e única.

No Brasil, essa nova tendência chegou nos últimos anos por meio da implantação de algumas lojas conceito como por exemplo a Samsung Experience, Nokia Store e Sony Store. Nessas lojas, o consumidor pode “degustar” os produtos interagindo, tocando, ouvindo e sentindo.Um outro exemplo é o Starbucks que não vende café, mas sim uma experiência única ao redor do consumo de café.  Ou seja, ainda existe muito espaço para a disseminação desse conceito no Brasil. Se sua marca nunca pensou em trabalhar com os cinco sentidos, talvez essa seja uma oportunidade de criar valor de forma diferenciada e fugir da concorrência focada na redução de preços e investimentos grandiosos em propaganda.

Pense nisso!